Esse livro me foi indicado há muitos anos quando eu fazia o curso de formação de professores de alemão no antigo Instituto Pedagógico Brasil - Alemanha. Meu professor, Herr Grafmann , leu conosco um trecho em aula e eu nunca mais esqueci do título. Na aula, lemos exatamente a passagem na qual Elias Canetti contava como aprendeu alemão com a mãe , de uma forma um tanto traumatizante. Isso em um momento da minha vida em que eu vibrava com cada uma das minhas conquistas no aprendizado desse idioma.
Só tive a oportunidade de ler o livro esse ano nas férias de verão. Fiquei encantada com o fato do autor do livro, cuja língua materna era o ladino, ter alcançado a excelência justamente no alemão . Ele escreveu mais tarde suas obras nessa língua e ganhou um Prêmio Nobel em 1981.
Me identifiquei muito com o fascínio exercido pela diversas línguas e a literatura na vida de Elias Canetti. Sua primeira língua foi o ladino, mais tarde aprendeu inglês e francês, quando se mudou com os pais para a Inglaterra. Anos mais tarde quando a família foi para a Viena teve que aprender alemão, a língua em que seus pais conversavam em casa. Depois da morte da pai, aprende alemão com a mãe e essa passa ser a língua em que conversam, o que tem um grande significado para Canetti. Daí o título " A língua absolvida" ou "Die gerettete Zunge". As discussões com a mãe sobre leituras em comum são também muito interessantes.
O livro abrange o período de 1905 a 1921, ou seja , desde a infância de Canetti em Rutschuk, a mudança para a Inglaterra, a escola em Viena e os estudos na Suiça. Sua biografia se estende ainda por mais dois volumes.
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